Como é Teerã: As primeiras impressões da nossa viagem ao Irã

Fe with colourful clothes in front of a mosque with colourful tiles
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Este é apenas o terceiro dia, mas já desmitificamos tantas das ideias que as pessoas têm sobre este lugar que resolvemos escrever um texto explicando como é Teerã. Essas são nossas primeiras impressões da viagem no Irã.

*Não esqueça de seguir o Monday Feelings no Instagram, pois estamos sempre postando atualizações referentes ao Irã e outros países. Também temos um episódio do nosso podcast inteiramente dedicado ao Irã (escute aqui!).

Quer saber mais sobre esse fascinante país? Leia também:

O que as pessoas pensam antes de você viajar ao Irã

Quase 90% das pessoas para quem contamos estar viajando para o Irã nos olharam com cara de reprovação. Escutamos de tudo: que eles são terroristas, que as pessoas se explodem, que é perigoso etc. Por outro lado, quando líamos o relato dos que estiveram aqui, era sempre o oposto. Que o Irã é muito seguro, no nível de alguns países europeus, que a receptividade é fora do comum e que eles adoram turistas.

Chegar aqui somente reforçou tudo isso. Em todas as nossas viagens, nunca conhecemos povo tão acolhedor. Em três dias, já fomos convidados para conhecer a casa de duas pessoas, batemos por engano na porta de uma família e acabamos tendo um almoço maravilhoso com eles, jantamos com uma outra família no parque, tivemos nosso táxi pago por uma local, nossas passagens de ônibus sempre saem de graça porque outros passageiros não nos deixam pagar, entre muitas outras coisas.

amigos em frente a tv em Teerã
Na casa de nossos amigos

Como é Teerã em relação as pessoas?

A maioria das pessoas em Teerã (e acreditamos que em outras partes do Irã também) quer saber o que te traz ao país deles. Todos sabem muito bem da má fama que carregam no mundo ocidental e têm muito respeito por pessoas que passam por cima do estereótipo e vêm conhecer com os próprios olhos.

Como é Teerã à noite

Família fazendo picnic a noite em Teerã

Outra coisa que nos impressionou muito é a vida noturna do Irã. O fuso horário bateu forte nos últimos dias e temos dormido até às 2pm. Por isso, de madrugada, estamos mais despertos do que nunca, perambulando pela cidade, o que nos permitiu ver um outro lado:

Às 11pm, em pleno dia de semana, os parques estão cheios de famílias, crianças, bebês, idosos, casais, se divertindo, passeando, fazendo picnic, churrasco, comemorando aniversário, cantando e dançando. É uma cultura familiar muito interessante.

Como é Teerã em relação ao parques?

Os parques também chamaram atenção. Teerã tem mais de 800 parques e, até agora, os que conhecemos são extremamente bem cuidados, muito verdes, com grelhas para cozinhar disponíveis, bebedouro (a água da torneira é potável), quadras de esportes, mesas de pebolim (inclusive algumas de pebolim humano!!) e muito mais. Sempre com muita gente, durante o dia todo, mas nada como a agitação da noite.

Como se vestir no Irã

Fe em roupas coloridas em frente a mesquita de azuleijos coloridos

No Irã há a obrigatoriedade do hijab para todas as mulheres, mesmo as turistas, que, além do véu, têm que usar calça e o manto (um tipo de casaco que cubra a perna até em cima do joelho). Apesar disso, é interessante ver que as mulheres (as que obviamente se opõem à vestimenta) encontram brechas na lei. O lenço acaba se tornando mais um acessório do que qualquer outra coisa, jogado desleixadamente na cabeça, muitas vezes preso apenas ao rabo de cavalo. O cabelo solto embaixo, ainda mostra traços de personalidades que não esperávamos ver por aqui. Meninas de cabelo pintado rosa, ou com metade da cabeça raspada, sem contar nas tatuagens, piercings, entre outros.

Como são os iranianos

Teerã nos pareceu uma cidade bastante liberal. Vimos jovens fumando maconha em praça pública, casais de namorados demonstrando afeto em público, mulheres fumando cigarro… e temos certeza de que há muito mais coisas se passando, como álcool, festas e etc.

De qualquer maneira, decidimos passar o final de semana na capital iraniana (que ocorre na quinta e sexta-feiras, já que a sexta-feira é o único dia de folga da semana), para ver se conseguimos nos envolver em alguma festa ou confraternização.

jantando em Teerã
Almoçando em Darband, norte da cidade

Quatro dias é muito pouco tempo para desvendar essa cultura milenar e tão interessante. Estamos tão absortos com tudo o que estamos aprendendo e vendo que talvez estenderemos nosso visto. Até porque a família com quem jantamos outro dia também nos convidou para ir ao Azerbaijão com eles e, se ficarmos mais por aqui, com certeza conseguiremos ir. Mas isso ficará para um próximo texto.